Tens razão, não há razão nem desculpas. Desculpa-me. Desculpas?
Foi sem querer, foi mesmo assim consciente e não devia. Devia estar calado não é? Mas a culpa foi calar-me de mansinho, e talvez não desses conta do idiota que o silêncio era.
Ups outra vez. Sorriso de vez mansinho e desculpas esfarrapadas já não são aceites; a misantropia não é desculpa, tens razão. Não mereces mas eu calo os cafés que não fui e não combinei: não sei explicar o que não digo.
Acho que só estou a ser assim e não devia não é?
Agora as letras não se calam como os cafés que me baldei, que calei, juntam-se contra mim e ficam ao meu lado. De facto estás a meu favor.
Não é muito inteligente pois não? É a inteligência que tenho.
A raposa ajuda ursos?
Os ursos não são ursos, são idiotas que não sabem viver sem salmão seja ele laranja ou engarrafado a dizer Mumbay.
Tens razão, tens toda a razão. Dizes o que devias e eu não devia não dizer. Urso.
Mas eu calei-me sem querer, sem desculpas. Foi assim só porque foi. Tu tens razão e não tens culpa que ursos não saibam voar, não saibam falar, não saibam viver, só sabem sonhar e calar de mansinho o que não reparam estar silenciado há algum tempo e não devia.
Os ursos comem pessoas. As raposas ajudam os ursos. As raposas são fixes.
Entendes os grunhidos? Não há Razão. Não tenho razão.
O de pardo solitário do urso do mato cuja burrice não consola ninguém e só o álcool me consola sozinho também: não aprendo lições. Tens razão.